Falta-me a India.
Sem India é como se me lembra-se menos dos amigos.
Não que me lembre menos.
Acho que me faltam as viagens de taxi, a era medieval na berma da estrada, a morte de frente, na forma de rikshaw desaustinado, sempre a ameaçar ocupar todo o espaço exíguo do Embassador branco. E eu tranquilo a pensar na minha cidade, nos amigos, nos jantares, no lado poético da vida.
domingo, março 04, 2012
sexta-feira, janeiro 21, 2011
Partir e voltar
Não passaram dez anos, não passou tempo nenhum
Não voltei (não procurei) porque não parti. Fui ali, sem razão, e voltei logo, sem motivo.
Dei um saltinho, ali ao lado, mas não fui a lado nenhum.
(Não disse ao que ia, não sei ao que vim)
Fiquei por cá, por lá, perdido, encontrado, encantado.
Fui porque não tinha que ir, não tinha que ficar, voltei porque nunca fui.
Dei um saltinho ali ao lado, passeio o cruzamento, e depois outro, e outro e na sucessão de cruzamentos, de encruzilhadas, sempre presentes os que de quem nunca parti. Voltar era natural, e como todas as coisas naturais, não tinha razão
Dos AMIGOS, nunca parti, aos amigos nunca volto. Estive sempre lá, estiveram sempre comigo.
Não voltei (não procurei) porque não parti. Fui ali, sem razão, e voltei logo, sem motivo.
Dei um saltinho, ali ao lado, mas não fui a lado nenhum.
(Não disse ao que ia, não sei ao que vim)
Fiquei por cá, por lá, perdido, encontrado, encantado.
Fui porque não tinha que ir, não tinha que ficar, voltei porque nunca fui.
Dei um saltinho ali ao lado, passeio o cruzamento, e depois outro, e outro e na sucessão de cruzamentos, de encruzilhadas, sempre presentes os que de quem nunca parti. Voltar era natural, e como todas as coisas naturais, não tinha razão
Dos AMIGOS, nunca parti, aos amigos nunca volto. Estive sempre lá, estiveram sempre comigo.
Anjo, quase
No ar
(literalmente, ainda que dentro de um avião. Sempre um avião),
sobre o mar, no alto
Não um anjo, não uma miragem, não uma fantasia, não uma tentação
Uma ideia, uma outra maneira de não ser.
Uma oportunidade transformada em desperdício, um não ser que podia ter sido!
Um tem que ser não fatal.
(literalmente, ainda que dentro de um avião. Sempre um avião),
sobre o mar, no alto
Não um anjo, não uma miragem, não uma fantasia, não uma tentação
Uma ideia, uma outra maneira de não ser.
Uma oportunidade transformada em desperdício, um não ser que podia ter sido!
Um tem que ser não fatal.
sexta-feira, março 12, 2010
PORTesquinho
Porto, céu azul-frio, gente cinzenta morna.
Porto(gal) de gente tépida.
Demos todos os horizontes ao mundo, sobrou-nos um quadrado mesquinho que nos tolhe o olhar (horizonte).
Porto(gal) de gente tépida.
Demos todos os horizontes ao mundo, sobrou-nos um quadrado mesquinho que nos tolhe o olhar (horizonte).
Já não olhamos longe, já só vemos cinzento.
Séculos de horizonte amesquinhados (em duas linhas de historia).
sexta-feira, março 20, 2009
Visto de longe
Visto de longe, à distancia de 10 anos (quase, um pouco menos), à distancia de 10.000 KM (quase, um pouco mais), distancia muito maior de tantas coisas não mesuráveis, que me separam desse Portugal, do Portugal dos que vivem por lá, visto assim de bem longe, parece irreal.
Por estes dias, lendo os jornais Portugueses, não é possível não notar no quão mesquinha, rasteira e demagógica é a politica (mais os seus actores) do rectângulo.
Ver o Paulo Portas defender medidas de extrema esquerda de manhã, de extrema direita à tarde, passar de um extremo ao outro do populismo, como se não ter princípios, coluna vertebral, fosse normal.
Ver a Manuela F Leite, dizer que não tem que apresentar alternativas, para depois dizer que o governo não ouve as alternativas que propõe o PSD, e logo depois dizer que o Governo segue a reboque das medidas do PSD.
Ver o governo perdido, a achar que os Portugueses são incapazes de pensar, de compreender, a achar que tem que nos dizer coisas lindas, quando todos perceberam que não, que não é bonito.
Ver o PCP que (ainda) não sabe o que diz e o BE que recupera o estilo do contra do PCP, de à 20 anos, para propor a nova esquerda, a nova maneira de fazer politica.
Vê-los todos mais preocupados com o tacho do que com o país.
E as corporações do costume que a reboque da crise choram para mais subsídios, como se o dinheiro nascesse como cristo, por obra do espírito santo.
Deprimente.
Por estes dias, lendo os jornais Portugueses, não é possível não notar no quão mesquinha, rasteira e demagógica é a politica (mais os seus actores) do rectângulo.
Ver o Paulo Portas defender medidas de extrema esquerda de manhã, de extrema direita à tarde, passar de um extremo ao outro do populismo, como se não ter princípios, coluna vertebral, fosse normal.
Ver a Manuela F Leite, dizer que não tem que apresentar alternativas, para depois dizer que o governo não ouve as alternativas que propõe o PSD, e logo depois dizer que o Governo segue a reboque das medidas do PSD.
Ver o governo perdido, a achar que os Portugueses são incapazes de pensar, de compreender, a achar que tem que nos dizer coisas lindas, quando todos perceberam que não, que não é bonito.
Ver o PCP que (ainda) não sabe o que diz e o BE que recupera o estilo do contra do PCP, de à 20 anos, para propor a nova esquerda, a nova maneira de fazer politica.
Vê-los todos mais preocupados com o tacho do que com o país.
E as corporações do costume que a reboque da crise choram para mais subsídios, como se o dinheiro nascesse como cristo, por obra do espírito santo.
Deprimente.
quarta-feira, janeiro 21, 2009
Apontamentos
Lado a lado, não juntos
Entre duas hesitações do avião turbulento, teimoso em contrariar a força da gravidade, olhou-me parecendo dizer "vamos morrer juntos".
Retribui com um olhar vazio.
Não me apeteceu trocar argumentos, dizer-lhe que era
(im)provável que morrêssemos lado a lado, mas não juntos.
Uma turbulência de avião, ainda que este não fosse teimoso, não contrariasse a gravidade, não nos dá intimidade para tanto.
Entre duas hesitações do avião turbulento, teimoso em contrariar a força da gravidade, olhou-me parecendo dizer "vamos morrer juntos".
Retribui com um olhar vazio.
Não me apeteceu trocar argumentos, dizer-lhe que era
(im)provável que morrêssemos lado a lado, mas não juntos.
Uma turbulência de avião, ainda que este não fosse teimoso, não contrariasse a gravidade, não nos dá intimidade para tanto.
segunda-feira, setembro 15, 2008
No me callo mr Danger
Já estamos habituados ás declarações ácidas de Hugo Chavez sobre George W Bush.
Para lá do efeito de choque que provocam, seja porque se discorda ou pela estranheza de ver um presidente referir-se nestes termos ao presidente doutro país, estas declarações tem um efeito definitivamente negativo sobre a percepção que o mundo tem sobre Chavez.
Se a imagem que o mundo tem de Hugo Chavez é de alguma forma irrelevante, já não se pode dizer o mesmo do efeito que a sua imagem tem sobre a percepção das mudanças que a Venezuela tem vivido desde 2002.
Sem fazer juízo de valor sobre as mudanças politico-sociais que a Venezuela viveu nos últimos anos, penso que é interessante tentar perceber o que são e o alcance que podem ter, não só no país, como em toda a região.
O estilo de Chavez e a sua imagem pública concerteza não ajudam a uma análise isenta.
Se não se cala tenha ao menos um pouco mais de tento na lingua...
Para lá do efeito de choque que provocam, seja porque se discorda ou pela estranheza de ver um presidente referir-se nestes termos ao presidente doutro país, estas declarações tem um efeito definitivamente negativo sobre a percepção que o mundo tem sobre Chavez.
Se a imagem que o mundo tem de Hugo Chavez é de alguma forma irrelevante, já não se pode dizer o mesmo do efeito que a sua imagem tem sobre a percepção das mudanças que a Venezuela tem vivido desde 2002.
Sem fazer juízo de valor sobre as mudanças politico-sociais que a Venezuela viveu nos últimos anos, penso que é interessante tentar perceber o que são e o alcance que podem ter, não só no país, como em toda a região.
O estilo de Chavez e a sua imagem pública concerteza não ajudam a uma análise isenta.
Se não se cala tenha ao menos um pouco mais de tento na lingua...
quarta-feira, agosto 27, 2008
aritmo
Desfasado dos horários convencionais, o sono teima em não comparecer á hora marcada. Secundado pelo des-gosto de ter que dormir, facilita a tarefa de encontrar alternativas (desculpas). Usual suspect, e conveniente, o jetleg.
No fundo é a procura de não ter que acordar. É o que devia fazer amanhã que verdadeiramente evito. O cansaço de não dormir justifica o adiar.
No fundo é a procura de não ter que acordar. É o que devia fazer amanhã que verdadeiramente evito. O cansaço de não dormir justifica o adiar.
quinta-feira, julho 24, 2008
Cultivar
mais vazio por dentro, mais cheio por fora
sem vontade de cultivar nem um nem outro
de os aceitar como são ou de lhes devolver o que foram
nivela-los, devolve-los ao ponto de partida
partir do zero construído encima do lastro que sempre trazemos
Os meus eus
não os aceitar, não os renunciar
não os querer assim, não os querer modificar
melhor se os meus eus fossem teus, não fossem meus
não tinha que os reconhecer, admitir ou ignorar
podia ser-lhes indiferente.
sem vontade de cultivar nem um nem outro
de os aceitar como são ou de lhes devolver o que foram
nivela-los, devolve-los ao ponto de partida
partir do zero construído encima do lastro que sempre trazemos
Os meus eus
não os aceitar, não os renunciar
não os querer assim, não os querer modificar
melhor se os meus eus fossem teus, não fossem meus
não tinha que os reconhecer, admitir ou ignorar
podia ser-lhes indiferente.
quarta-feira, julho 23, 2008
Accao
Ficar sentado a pensar em tudo o que quero ou acho que devia fazer,
não mexer uma palha. ficar completamente parado, inanimado, sem vontade
ter a firme intenção de mudar de reagir de retomar o controlo de ser o potencial
e não fazer absolutamente nada, já nem sentir que a vontade me abandonou, que não sou quem quero, ler www.aventuresbicycletales.org pensar quem me dera e nem sequer levar os sapatos a rua
Ter a absoluta certeza de que não quero estar neste hotel de Chennai, não quero saber deste projecto pelo qual luto, marco mais reuniões de regresso a Chennai a Madurai a Delhi a Tokyo
não quero entrar no avião que me há-de levar a Bangkok, não quero (re)partir algumas horas depois no avião que há-de levar-me a Lisboa
Não quero saber, não quero sequer que se foda, não quero decidir, não quero reagir
Que se foda
Pouco importa
não mexer uma palha. ficar completamente parado, inanimado, sem vontade
ter a firme intenção de mudar de reagir de retomar o controlo de ser o potencial
e não fazer absolutamente nada, já nem sentir que a vontade me abandonou, que não sou quem quero, ler www.aventuresbicycletales.org pensar quem me dera e nem sequer levar os sapatos a rua
Ter a absoluta certeza de que não quero estar neste hotel de Chennai, não quero saber deste projecto pelo qual luto, marco mais reuniões de regresso a Chennai a Madurai a Delhi a Tokyo
não quero entrar no avião que me há-de levar a Bangkok, não quero (re)partir algumas horas depois no avião que há-de levar-me a Lisboa
Não quero saber, não quero sequer que se foda, não quero decidir, não quero reagir
Que se foda
Pouco importa
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